Poemas de Advento (1)

01.12.2012

O advento chega com o cair da folha
e clama:
levantai a cabeça, vigiai!

O advento chega com o abatimento,
a decepção
a desistência
e reclama:
erguei-vos do chão, a alegria é o bordão
que reverdece o vosso andar.

O advento chega como o sono
que reclama
a vitória sobre o medo da noite
a entreaberta janela
por que surde o dia.

O advento chega pela noite dentro
a erguer do chão
os dias obscuros que até
os ulmeiros escurecem.

O advento chega
para reacender a fogueira morta
dos nossos desejos.

Com o Messias chega
para a terraplanagem chama
e os recomeços.

JOSÉ AUGUSTO MOURÃO, OP, “Advir - Um Poema de Advento”