Da Hospedagem ao Encontro

21.07.2013

A partir de Gen 18,1-10a, Col 1,24-28, e Lc 10,38-42:

Neste domingo somos convidados a meditar sobre a dimensão da hospedagem na nossa vida espiritual. Tal como para Abraão, é na abertura interessada, confiante, e pacífica que acolhe quem passa e precisa de ser acolhido que a nossa espiritualidade se engrandece e os sinais que emitimos ao mundo se elevam. Ao abrir espaço para que os outros se alojem onde vivemos, construímos uma nova morada com a fraternidade e a camaradagem. Cristo permanece neste espaço que nos une, anulando a distância que nos separa, tornando-nos simultaneamente conscientes da interdependência e da singularidade pessoal, isto é, das relações mútuas e das vontades íntimas que nos vão definindo. Quando Jesus visita as duas irmãs, Marta e Maria, a existência atarefada da primeira faz com que ela perca de vista o essencial. Marta age como uma criada, não como uma anfitriã, presa a obrigações que se acumulam e a apagam como ser humano e como mulher. Abre a porta a Jesus sem o chegar a acolher e ele lembra-a que o essencial é o encontro. Só o encontro, na igualdade e disponibilidade que implica, é fecundo, porque não nos deixa iguais ao que éramos antes nem nos permite saber quão diferentes seremos depois.