Passagens de A Rosa é Sem Porquê de Angelus Silesius

17.01.2014

Eu não sei o que sou, eu não sou o que sei:
Uma coisa e não uma coisa, um ponto nulo e um círculo.

Onde é a minha morada? Onde eu e tu não estamos.
Onde é o fim último para o qual devo tender?
Onde nenhum se encontra. Onde devo ir então?
Tenho de ir para além de Deus ainda, para um deserto.

Homem, erguendo o teu espírito acima do espaço e do tempo,
Podes estar em cada instante na eternidade.

Não deves clamar a Deus, em ti próprio está a fonte
Se não tapares a saída, sem fim ela brotará.

Quem não se entrega a ti, ó nobre liberdade
Não sabe o que ama um homem que ama a liberdade.