Begin with the heart, for the spring of life arises from the heart.
— MEISTER ECKHART, OP
Where to Begin?
Da Insensatez dos Santos
Eis alguns pensamentos que me surgiram depois de uma conversa um pouco frustrante sobre Francisco de Assis e os primeiros Franciscanos. Aconteceu no contexto de uma sessão com a projecção do filme Francesco, giullare di Dio (1950), realizado por Roberto Rossellini, que recebeu o infeliz título português O Santo dos Pobrezinhos.
Não há santo que não seja visto como insensato, ontem como hoje. Essa insensatez não é loucura, mas temeridade — e isso nada tem de ingénuo. Estes homens e mulheres habitaram e habitam o mesmo mundo que nós habitamos. Em princípio, nada os distingue de nós. As escolhas únicas que fizeram, fazem deles santos aos nossos olhos, cada um e cada uma à sua maneira. A sua santidade particular é o culminar do seu viver. São completamente humanos, isto é, verdadeiramente livres, na sua intimidade lavra a força de Deus. Agarram a totalidade da vida, moldando-a no exercício da sua liberdade, agindo apenas por amor. Porque como escreveu Georges Bernanos em Jeanne relapse et sainte, “a santidade é uma aventura, é na realidade a única aventura”.
The Holy Secret Is Laid Bare
With imagination you don’t have to travel far to find God — only notice things. The finite and the infinite live in the same place. It is here alone, at this precarious point, that the holy secret is laid bare. “I live in this world by attention.”
— SIMONE WEIL