Tradition as Fidelity

30.09.2012

Paul Claudel compared tradition with a man walking. In order to move forward he must push off from the ground, with one foot raised and the other on the ground; if he kept both feet on the ground or lifted both in the air, he would be unable to advance. If tradition is a continuity that goes beyond conservatism, it is also a movement and a progress that goes beyond mere continuity, but only on condition that, going beyond conservation for its own sake, it includes and preserves the positive values gained, to allow a progress that is not simply a repetition of the past. Tradition is memory, and memory enriches experience. If we remembered nothing it would be impossible to advance; the same would be true if we were bound to a slavish imitation of the past. True tradition is not servility but fidelity.

YVES CONGAR, OP, The Meaning of Tradition

TEAR: Esperança (Teresa Salgueiro)

27.09.2012

A Humildade de Deus

24.09.2012

A partir de Sab 2,12/17-20, Tg 3,16-4,3, e Mc 9,30-37:

Reunimo-nos mais uma vez ao domingo, na Semana XXV do Tempo Comum, por devoção e não por obrigação. Desta vez, Jesus convida-nos a abandonarmos o orgulho altivo e a assumirmos a nossa humildade ao enfrentarmos a sua Paixão como um acto radical de entrega, de serviço, de amor. Porque como diz Teresa de Ávila, ao meditarmos sobre a sua humildade percebemos como estamos longe de ser humildes. Estar próximo da humildade de Jesus é estar mais próximo de Deus. E ser humilde como ele não é ser passivo. É simplesmente não deixarmos o olhar dos outros, não levantarmos os pés da terra, não nos elevarmos acima dos que nos rodeiam. É percebermos quem somos, onde estamos, e como podemos contribuir para a construção de um mundo genuinamente solidário e plenamente justo onde a presença de Deus seja mais sentida. É fazer a descoberta de que a história de Deus e a nossa história são, na verdade, uma só.

Os Números e as Pessoas

21.09.2012

A Comissão Nacional de Justiça e Paz diz que “a política pública não tem combatido eficazmente [...] a desigualdade na sociedade portuguesa". Continua num tom semelhante e lúcido:

Apesar de frases sonantes nesse sentido a política pública não tem combatido eficazmente as disparidades na distribuição do rendimento e outras formas de desigualdade na sociedade portuguesa, havendo mesmo indícios de agravamento destas desigualdades nos últimos anos. Só agora se ouviu o anúncio de que seriam sujeitos a impostos novos alguns tipos de bens e de rendimentos de capital. O contraste entre o pormenor das medidas que atingem os rendimentos do trabalho e o carácter vago e brando de algumas que irão afetar, no futuro, a riqueza e os rendimentos de capital é significativo. O desnível das condições de vida sofrido pelas pessoas e famílias por força da crise e das políticas públicas revela um quadro socioeconómico gritantemente desigual. Enquanto a uns falta pão, casa, água e luz, outros mantêm um nível de vida praticamente igual, se não mais elevado, do que aquele que tinham antes da crise. Está aqui um critério fundamental de equidade: não basta proporcionalidade no que se retira (por via fiscal ou outra); também é preciso que exista equidade no que resta depois disso (rendimento disponível). Esta é a medida em que as pessoas e as famílias são afetadas pela crise e medidas conexas. Isto aplica-se não apenas aos rendimentos do capital, mas também a certos estratos de rendimentos do trabalho, como são os de alguns dirigentes de empresas.

O documento está acessível aqui.

Bispo para Vós, Cristão Convosco

19.09.2012

Desde o momento em que foi colocado sobre os meus ombros este cargo de tanta responsabilidade, atormenta-me a preocupação da dignidade que a acompanha. De facto, o que há de mais temível neste ministério é o perigo de nos satisfazer mais o seu aspecto honorífico do que a sua utilidade para a vossa salvação. Mas se por um lado me atemoriza o que sou para vós, por outro lado consola-me o que sou convosco. Sou bispo para vós, sou cristão convosco. Aquele nome significa um encargo recebido, este exprime o dom da graça; aquele é ocasião de perigo, este é caminho de salvação.

S. AGOSTINHO, “Sermão 340”