Be!
The highest manifestation of life consists in this: that a being governs its own actions. A thing which is always subject to the direction of another is somewhat of a dead thing.
— ST. THOMAS AQUINAS, OP
Each of us has a soul, but we forget to value it. We don’t remember that we are creatures made in the image of God. We don’t understand the great secrets hidden inside of us.
— ST. TERESA OF JESUS, OCD
If you are what you should be, you will set the whole world ablaze.
— ST. CATHERINE OF SIENA, OP
In Memoriam, José Augusto Mourão (1947-2011)
Soube agora mesmo que José Augusto Mourão, meu colega de departamento na Universidade Nova de Lisboa, faleceu hoje. Para além do seu trabalho académico nos domínios da semiótica, hipertextualidade e cultura, era frade da Ordem dos Pregadores ou Dominicanos, que como ele escreveu “têm como lema a procura da verdade, o amor ao estudo e ao estar-se com”. Era também presidente do Instituto São Tomás de Aquino (ISTA) sediado no Convento de São Domingos. Recordo um homem de uma humilde convicção, em escuta permanente, sempre inquieto, à procura, tentando evitar as armadilhas e a arrogância do nosso discurso sobre o mundo e sobre os outros.
Deixo um poema seu em duas partes, “Protestatio et Confessio”, para estarmos mais uma vez com ele:
I
Renuncio à verdade solitária ou particular
renuncio à fé sem amor, que é o puro subjectivismocreio na dimensão militante de toda a verdade
creio no amor como fidelidade ao puro dom da graçarenuncio à esperança judiciária, distributiva,
que dá a uns a recompensa e a outros o infernocreio em Deus, força da vida e madrugada de todas as coisas
creio na reconciliação no amor como poder universalrenuncio a uma fé salarial e à visão sacrificial
que justifica a fome, a morte, a vítimarenuncio à vida do desejo como autonomia, que é o pecado
renuncio a um coração que seja em nós um rio que não correcreio na ressurreição subtraída ao poder da morte
creio na liberdade do Espírito desampara os que só na letra se arrimamrenuncio ao fel das relações envenenadas
a sedução do dinheiro que compra a vida e a famacreio na Páscoa do mundo que a Sarça transfigura
creio no trabalho do amor que borda a paz e a justiçaII
à banalização do mal eu digo não
à tecnologia das próteses e ao mercado
que conforta em nós Narciso, digo nãodigo não à xenografia da catástrofe mole,
à vociferação que matou Abel
e à justificação da violência como leiao discurso peremptório digo não também
e à satanização do outro
que nos defende de nós própriosdigo não à maneira do ser humano
regido pelo “valor” de troca
e pelo imanentismo que leva ao caos pluralistacreio no universo libertado,
em expansão, e não feito apenas de acaso e de necessidadecreio no homem em devir
que vem do desejo e da Vida absoluta de Deus
e não do determinismo biológicocreio em Deus como a festa maior que há-de vir
e das encruzilhadas em que os pedintes nos surpreendemcreio no Deus das noites sem apelo
do silêncio insepulto
e das claras madrugadascreio no Pai que no dom do Filho se retira
creio em Jesus Cristo, o Verbo feito carne
e voz de sangue inconsporcadocreio no dom que ele foi até ao fim
e a todos alcançoucreio na Páscoa do Espírito e do Fogo
creio no Espírito da diferença irredutível,
no intenso e no profundo que nos liga
ao espaço-tempo da presença-amante
Make the Heart Simple
You, Light, make the heart simple,
not two-faced.
You make it big,
not stingy —
so big that it has room in its loving charity
for everyone— ST. CATHERINE OF SIENA, OP, “Prayer 15”, 22 Feb. 1379
A Christian Never Rejoices in the Killing of a Man
Bin Laden is dead. Reports keep emerging that show American Christians (and American Muslims) celebrating his death with great joy. This is a cruel response that reduces another human being to nothing but a target of hate. As the Jesuit Federico Lombardi says here, “Osama bin Laden — as we all know — was gravely responsible for promoting division and hatred between peoples, causing the end of countless innocent lives, and of exploiting religions to this end.” Yet when “[f]aced with the death of a man, a Christian never rejoices, but reflects on the serious responsibility of each and every one of us before God and before man, and hopes and commits himself so that no event be an opportunity for further growth of hatred, but for peace.”
Have we forgotten how Jesus taught the centrality of the commandment of love when he replied to a scribe about which is the first of all the commandments?:
“This is the first: Listen, Israel, the Lord our God is the one, only Lord, and you must love the Lord your God with all your heart, with all your soul, with all your mind and with all your strength. The second is this: You must love your neighbour as yourself. There is no commandment greater than these.” (Mk 12:29-31)
Na Celebração da Última Ceia
Um esquisso da F. feito na Basília de S. João de Latrão em Roma — que se tornou numa oferta incondicional, não solicitada, de amor, tal como a entrega da Última Ceia.
Prayers for My Mother
Today is mother’s day. It has been eleven years since my mother passed away. On this day, I usually pray ardently with her and Mary on my mind. Why this focus on Mary? Because Mary is the image and model of humanity redeemed and transformed by Christ. In her humbleness and sinlessness, Mother Mary shows the destiny that is open to us — and that is up to us to pursue. My mother shared her name with her, Maria. When I entreat Mary to pray for her soul,[1] I imagine their mirrored communication and communion. Mary is my spiritual mother. She is my earthly mother. And vice versa.
I say a personal prayer from my heart, which still remembers (and relies on) my mother’s love. As I said it today, I recalled a passage from one of Catherine of Siena’s passionate and beautiful prayers:
And you gave us our will
so that we might be able to love
what our understanding has seen
and what our memory has held.[2]
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[1] “Holy Mary, Mother of God, / pray for us sinners now, and at the hour of death” (“Hail Mary”).
[2] Catherine of Siena, OP, “Prayer 20”, 14 Apr. 1379, in The Prayers of Catherine of Siena, 2nd edn., ed. and trans. Suzanne Noffke, OP (San Jose, CA: Authors Choice Press, 2001), 227.