Levantar o Céu
José Mattoso deu uma entrevista a propósito do seu novo livro Levantar o Céu: Os Labirintos da Sabedoria (Lisboa: Círculo de Leitores, 2012) que pode ser lida aqui. Não deixemos passar estas palavras sem lhes dar a devida atenção.
Um Ano
Fr. José Augusto Mourão morreu há um ano. Tempo nenhum:
Há entre nós um espaço de realidade que ignoramos e de que nada podemos dizer senão que existe e nos dispõe em profundidade de modo que quando vamos a Ele, a questão do encontro ultrapassa o simples facto de o ver. À nossa profundidade responde a sua profundidade. Não quer dizer que o que está em causa esteja votado à ignorância ou ao anonimato — isso surgirá no dia último, aquando da ressurreição. Entre estes dois campos, actualmente disjuntos, o da origem, disposto pela mão do Pai e o da ressurreição, proposto à guarda do Filho, situa-se o lugar de encontro em que um personagem singular se apresenta ao acto singular do crer: creio na ressurreição dos mortos. Há uma fronteira no interior de nós — entre o que nos é dado e o que em nós acredita. Do que nos é dado não decidimos; do crer, devemos decidir.
Recusar a ressurreição de Cristo é resignar-se a acabar. A ressurreição de Jesus é de certo modo a eternidade que entra no tempo, ou o tempo que acede à dimensão da eternidade. A vida (eterna) está em nós e a comunhão nas nossas vidas (de filhos), nas nossas experiências, nos nossos amores, se aceitamos viver, sentir, amar, sob o signo do jardineiro que anuncia a Páscoa.
— “Morrer e Ressuscitar”
The Resurrected Christ Is the Crucified Christ
The resurrected Christ is the crucified Christ. Only such a Christ, moreover, can save us. For Jesus is the Christ, being for us this particular man making possible a particular way of life that is an alternative to the world’s fear of one like Jesus.
— STANLEY HAUERWAS, “What’s Love Got to Do with It?”