Como um Deus incompreensível
confundido pela própria argumentação
perguntando: “Onde é que eu ía?”Como uma pergunta
a que só é possível responder
com novas perguntas.Como vozes ao longe discutindo:
“Alguma vez deste ordens à manhã,
ou indicaste à aurora o seu lugar?”Como um filme
em que tudo acontecesse
na escuridão do espectador.Como o clarão da noite única
e vazia abraçando pela cintura
a jovem luz do dia.— MANUEL ANTÓNIO PINA, “Com Job, Sob o Céu de Calar Alto”
Como uma Pergunta
07.11.2012