18.01.2013A incapacidade de questionar, em profundidade, esta versão trituradora da máquina capitalista é a vergonha do nosso tempo. O Papa relembrou-o, muito recentemente, mas os economistas, os gestores, os banqueiros, os ministros que se confessam cristãos preferem espiritualidades de chá de tília religiosa, a ouvir o clamor dos pobres e dos empobrecidos e questionar teorias que mostram a sua inadequação, pelos frutos que produzem. As teorias são para os seres humanos, não estes para teorias, onde as pessoas estão sempre a mais.
As interrogações são inevitáveis: tanta ciência económica e financeira, ensinada nas Universidades Católicas, não será capaz de imaginar contributos para alternativas concretas, técnica e politicamente viáveis? A Banca é para salvar as pessoas ou serão estas, as exploradas, que devem salvar os interesses da Banca, mediante decisões governamentais? Não será possível desconstruir configurações políticas que, nos seus efeitos, resultam em grandes negócios para uns e em castigo para a maioria da população? Estaremos numa civilização esgotada a transitar de continente para continente, enquanto sistema de exploração, sem tentar curar as suas raízes?