O místico é aquele que nunca pode parar em nenhuma das suas realizações e expressões. As nossas ideias de divindade não são divinas. O idólatra é aquele que não interroga as crenças, os ritos, os preceitos e os interditos, a organização, a autoridade e tudo aquilo a que chama a sua religião. Ao tratar imagens e instituições muito relativas como absolutas e expressões da vontade de Deus, não procura, não investiga e afirma cada vez mais o mesmo, receando que as dúvidas façam ruir todo o seu edifício. Como a afirmação de Deus e dos seus atributos estão ao serviço desse universo idolátrico, não podem deixar de ser a idolatria das idolatrias.
Bento Domingues, OP, “As Religiões Não São Todas Iguais”
15.02.2013