22.04.2013Sob o ponto de vista bíblico, não era uma traição. Frei Francolino Gonçalves, professor da Escola Bíblica de Jerusalém e membro da Comissão Pontifícia Bíblica, nos seus estudos sobre o Antigo Testamento (AT), chegou à conclusão que, no seu conjunto, é o resultado da fusão de duas religiões de Iavé muito diferentes. Começaram até por ser concorrentes e acabaram por se fundir, dando lugar a uma síntese. De facto, a religião que estamos mais habituados a ler no AT funda-se na história das relações entre Iavé e Israel, mas essa é a mais recente. A mais antiga funda-se na obra criadora de Iavé e, por isso, tem o universo como horizonte e nada tem de nacionalista. É radicalmente universalista, dirige-se a todo e qualquer ser humano que a descobre e manifesta na observação do cosmos, da natureza e da cultura. Pode ser um bom caminho para um diálogo inter-religioso.