06.05.2013O medo, fruto da apreensão de um mal como ameaça eminente e à qual não se vê como resistir, pode ter várias causas e muitos rostos. Enquanto tal, é paralisante. O próprio Jesus, ao sentir-se ameaçado de morte pelo Sinédrio, deixou de andar em público entre os judeus (Jo 11,54).
Só quando venceu o medo dentro dele próprio, enfrentou o perigo, embora, em plena oração no Jardim das Oliveiras, tenha sido assaltado por extrema angústia. As mulheres foram as únicas que, depois do desastre, venceram o medo. Os discípulos viveram trancados, enquanto o Espírito Santo não os modificou até à raiz e abriu o seu judaísmo ao mundo pagão, ao mundo dos gentios. Isto não aconteceu sem um grande debate no Concílio de Jerusalém. É o tema da Missa de hoje.
Os Evangelhos, ao colocarem na boca de Jesus um repetido “não temais”, dizem que não era a audácia que os animava.
O medo paralisa, o amor é criativo.