20.05.2013O ritualismo, no espaço cristão, esquece a prática histórica de Jesus Cristo. Segundo as narrativas do Novo Testamento, Ele, como bom judeu, frequentava, ao Sábado, a Sinagoga. Aproveitava sempre esses momentos especiais para subverter a desumanidade em que tinham caído as instituições e os tabus do sagrado, do inviolável. Para os adeptos da estrita observância, essas atitudes eram provocações tão graves que evidenciavam que Ele não podia ser um homem de Deus. Os prodígios que realizava manifestavam, claramente, que era um diabo disfarçado ao serviço de Beelzebu, o príncipe dos demónios.
Para o Nazareno, o dia consagrado a Deus deve ser o que celebra o acontecer actual da libertação e que fora transformado numa nova prisão. A tentação católica é sempre a de esquecer que o Domingo é para celebrar, de forma eficaz, a subversão de tudo o que mata a vida e a alegria. Liberta, em nós, o Espírito da ressurreição, fonte de insurreição.