22.07.2013O próprio autor manifesta as preocupações que o levaram a escrever. Conta que, certo dia, viu na parede da estação do metro, em Praga, a inscrição: “Jesus é a resposta”, provavelmente escrita por alguém no regresso de alguma fogosa reunião evangélica. Outra pessoa acrescentara, com toda a propriedade: ”Mas qual era a pergunta?”
Isto fez-lhe lembrar o comentário do filósofo Voegelin: para os cristãos o que mais conta não é terem as respostas certas, mas terem-se esquecido de qual era a pergunta, para a qual eles próprios eram a resposta. Há que confrontar perguntas e respostas para devolver um verdadeiro sentido às nossas afirmações. A verdade acontece ao longo do diálogo. Temos de passar de respostas aparentemente definitivas para infinitas interrogações. Ter fé significa passar para uma caminhada infindável, entrar para o coração do inesgotável mistério, poço sem fundo.