Segundo uma antropologia da liberdade [...] a sociedade tem a missão de criar, para todos, condições de liberdade, isto é, de constituir um mundo em que todos se sintam sujeitos e não objectos, enquanto partícipes da iniciativa política, económica, cultural, numa palavra, da iniciativa histórica, um mundo, pois, donde sejam banidas todas as formas de dependência alienantes, nas relações entre os indivíduos, as classes sociais, as raças, os sexos, os povos, os continentes.
[...] A abertura à liberdade dos outros estende-se necessariamente à liberdade de todos: ninguém se poderá considerar verdadeiramente livre enquanto houver um só homem oprimido.
A experiência da liberdade é, pois, acompanhada dum potencial de universalidade que ela projecta imediatamente para o mundo. Não posso escolher a minha liberdade sem escolher a libertação do mundo. [...]
Assim, o ideal de libertação pessoal é indissociável do da libertação do mundo; o projecto pessoal é indissociável do projecto histórico.
— GIULIO GIRARDI, Cristianismo, Libertação Humana e Luta de Classes
Liberdade e Libertação
02.10.2013