A partir de Mal 3,19-20a, 2Tes 3,7-12, e Lc 21,5-19:
“Grandes coisas estão por vir”, lia esta semana no mural de um companheiro, frade dominicano, numa rede social informática. Uma inscrição destas circula pelo mundo porque nos corre no sangue e nos palpita no coração. De fora fica a dimensão passiva da espera. Quando falamos no que há-de vir estamos necessariamente a falar em algo que projectamos no futuro e que já antevemos no presente. Daí que, antecipando o crucificado, Malaquias fale do “sol de justiça” como uma irradiação que ele tem esperança que nasça na história da humanidade para se tornar medida da justiça. A questão que Paulo nos coloca é esta: qual é o contributo daquelas e daqueles que o podem dar para que essa possibilidade real se concretize? “Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”, diz o cântico para esta celebração que é simultaneamente a expressão de uma aspiração e um projecto de vida, a afirmação da dignidade humana e o potencial libertador que ela abre. Somos convidados a ser participantes perseverantes nesta mudança, com uma força que nos permite enfrentar a denúncia e o desprezo de quem não a quer.