A partir de Is 60,1-6, Ef 3,2-3a/5-6, e Mt 2,1-12:
Escutamos hoje uma descrição de Jerusalém como cidade resplandecente, ponto de gravitação, farol intenso. Esta cidade desejada e esperada para onde caminham os povos, as suas filhas e os seus filhos, brota da vida. O texto de Isaías dirige-se a ela precisamente como se fosse um ser humano, radiante, de coração palpitante e dilatado, porque nela irão encontrar-se e colaborar diferentes gentes. Jerusalém é um lugar que brilha porque é um futuro em construção. Um brilho semelhante guia os magos que vêm do oriente, segundo a narrativa de Mateus. Não vêm visitar um menino, mas participar no que acabara de nascer e na promessa confiante que esse nascimento traz, a que Paulo se refere. É assim que um evento familiar e íntimo se projecta num firmamento colectivo. A tradição oriental viu no astro que os encaminha uma mensagem que podemos interpretar como a própria caminhada, imagem de uma força capaz que descobrimos em nós na dinâmica da existência e que necessita de ser realizada. Por isso, essa estrela alta tem sido companheira da história da humanidade como símbolo da sua elevação.