que te digamos, Deus
como o lugar-espelho
da união intrínseca dos contrários
e dos ritmosque te digamos como o rio
expondo a ideia
de uma identidade em mutação,
um veio em fuga
na textura polémica das coisasque te digamos
inscrevendo-nos
no arco da vida e da morte,
homens feitos algo infantesque te digamos
como a flecha que reúne
e abre um horizonte sem clausura,
como o possível do mundo que se contaque te digamos
no turbilhão do que permanentemente flui,
no que nos une e nos desune,
Deus, poeta das origens,
pedagogo da esperança e do amor
que em nosso peito arde
e que a memória do Espírito
cada instante reacende— JOSÉ AUGUSTO MOURÃO, OP, “dicção de Deus”
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“Ao (Des)Abrigo do Nome”: (1)