Deus tem as costas largas, já se sabe. Iam-se sucedendo os deputados brasileiros que justificaram o seu voto a favor do golpe com deus (que sou obrigado a grafar com letra pequena) e foi-se tornando nítida uma imensa mancha de idolatria religiosa, termos contraditórios no terreno cristão. Essa idolatria que pretende investir-se de autoridade é uma imagem de um autoritarismo de classe. Nem falo da segunda prescrição do Decálogo, apenas do facto de que, quando alguém invoca deus como justificação ou desculpa, está a usar deus como um apetrecho. Não me admirava que estes deputados, proprietários privados dos meios divinos, assinem Bíblias para oferecer como se fossem os seus autores.