Henry Haig, Pentecost (1972–73), vitrais da Catedral de São Pedro e São Paulo, Bristol.
No Pentecostes culmina o Tempo Pascal, a Páscoa. É a festa da fraternidade, a celebração espiritual da unidade na diferença. Falavam-se muitas línguas, mas “ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua” (Act 2,6). Tal impede-nos de cair na idolatria da Igreja como instituição e até de Jesus como indivíduo. Em vez de instituição dizemos comunidade. Em vez de Jesus dizemos Cristo, o crucificado ressuscitado nessa comunidade. Por isso, Paulo nos diz: “Pois, como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também Cristo.” (1Cor 12). Na fraternidade não cabe aquilo que a nega: a exploração e a opressão. Daí que quando Paulo oferece exemplos dos membros deste corpo mencione os “escravos” e os “livres” sem referir os proprietários de escravos e os adversários da liberdade. Este corpo presente, animado por um Espírito que é simultaneamente legado e fruto, encontra o comum na humanidade que caminha e se eleva.