A Condição Comum de Maria

07.01.2018

Subdesenvolvimento extremo o de Nazaré, onde as tarefas eram, de manhã à noite, uma luta incessante pela vida.

Porque Maria não devia somente lavar e remendar os vestidos, mas tecê-los. Não só tecê-los, mas, antes disso, fiar. Devia não só fazer o pão, mas, antes, moer o trigo e, sem dúvida, rachar ela mesma a lenha para as necessidades do lar, como fazem ainda hoje as mulheres de Nazaré. A Mãe de Deus não foi rainha em reinos deste mundo, mas esposa e mãe de operários. Ela não foi rica, mas pobre. Tal devia ser, com efeito, a condição do Homem-Deus que ela teve, por missão única, de gerar e introduzir na história humana. [...] Era preciso primeiro que ela partilhasse com Ele da condição laboriosa e oprimida que foi a da massa dos homens a resgatar, ‘dos que trabalham e estão sobrecarregados’ (Mt 11,28).

RENÉ LAURENTIN, A Questão Marial