Começou a Quaresma, tempo de penitência, oração, e conversão. Este ano, para além de todos os desafios da nossa vida pessoal, coloca-se mais uma vez a necessidade de parar a brutalidade da guerra e construir a fraternidade da paz. As nossas orações de hoje pela paz tiveram vários contextos em mente, mas de um modo muito especial a Ucrânia, mergulhada há anos numa guerra fratricida que se agravou recentemente com a invasão do país por parte da Rússia. O sofrimento da guerra ecoa a agonia na cruz: é o espelho do nosso falhanço em sermos plenamente humanos, verdadeiras imagens de Deus. As cinzas de hoje sobre a nossa cabeça lembram-nos a nossa finitude e abrem a possibilidade urgente do arrependimento e da correcção do nosso caminho. Assim pode ser também com a comunidade humana mais ampla. Que a oração nos mova a ajudar os refugiados, a contribuir para o fim da guerra e a resolução pacífica dos conflitos, e a fomentar a amizade entre os povos. A Missa em que participei estava cheia e foi comovente concretizarmos a prece do Papa Francisco para que Maria nos ajude a preservar o mundo da loucura da guerra. Ainda cantámos o refrão do “Nossa Senhora, Mãe de Jesus” (de Fausto Neves e B. B. Nunes) e, como sabemos, juntar vozes é já um sinal de esperança:
Miraculosa, Rainha dos Céus,
Sob o Teu manto, tecido de luz,
Faz com que a guerra se acabe na terra,
E haja entre os homens a paz de Jesus!